Você me viu sentada aqui sozinha, ainda era oito da noite, e estava escuro. E eu procurava você no rosto de quem passava por aquele caminho. Eu tinha desligado o meu celular e não voltaria pra casa tão cedo. A chuva começou a cair e eu já não via mais ninguém na rua, nem o barulho dos carros tinha mais. Eu não avisei ninguém que estaria aqui, por que ninguém tentou me achar? Por que você não tentou me achar? Por que ninguém me leva pra casa? Por que você não me leva pra casa?
Já estava cansada de ficar sentada daquele meio fio gelado, só eu e a chuva. Não tinha mais forças para me levantar, mas eu precisava. Eu só precisava de você, só você. Aquela foi uma noite muito fria e ruim, não me abandone mais, por favor, nunca mais. Não sei se aguentaria de novo.
Todo mundo simplesmente havia sumido, e aquela ponte se tornava cada vez mais fria e sozinha. Então é assim que ela se sente quando a luz do sol se vai e a chuva vem cobrir o seu turno? Tenho dó dela. Eu estou farta dessa bagunça toda, desse meio fio gelado, dessa insegurança, dessa tristeza, de tudo.
Tudo o que eu precisava agora, tudo o que eu queria agora era que alguém dissesse: “Eu estou com você”.
“Essa chuva fria nunca vai passar, até você vir me buscar”
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